FIM DA VIAGEM - Veneza


Finalizando a viagem em Veneza! 
Nossa primeira cicloviagem em grupo - Kátia,  Edson,  Thelma e Eduardo - está chegando ao fim. Foram mais de 700 km pedalados (sem contar os pedais dentro das cidades) durante 11 dias, quatro países percorridos, centenas de fotos, praticamente zero chuva, alguns poucos perrengues e muitos momentos maravilhosos para lembrar por toda a vida.
No sábado, em Verona, compramos passagem de trem para Treviso, mas ao descobrir que a baldeação era em Mestre - distrito de Veneza onde já tínhamos apartamento reservado para os dois últimos dias da viagem - resolvemos ficar por lá mesmo. Nos instalamos num outro apartamento,  pois o que tínhamos reservado estava ocupado do sábado para domingo,  e fomos dar umas voltas de bike.
Mestre tem estrutura precária para ciclismo, mas há algumas poucas ciclovias. Uma delas leva ao Parco San Giuliano,  um parque grande, mas não muito bonito, que fica ao lado da Laguna di Venezia.

Colhendo amoras em uma das poucas ciclovias de Mestre.


Laguna di Venezia. 
Veneza ao longe. 


No dia seguinte,  domingo, fizemos finalmente a tão aguardada visita a Veneza! Fomos de bonde elétrico, descemos na estação final e começamos a longa caminhada em meio à multidão de turistas. 
Para mim e para o Eduardo, era uma alegria estar novamente ali. Mas para a Kátia e o Edson,  que viam Veneza pela primeira vez, era uma experiência simplesmente única: ficaram deslumbrados com as igrejas e palácios majestosos e, ao mesmo tempo,  a atmosfera medieval dos becos e vielas. 


Chegamos em Veneza!

Basílica de Santa Maria della Salute.

A grandiosa Piazza San Marco, com destaque para o Palácio Ducal,  ou Palácio dos Doges,  onde o destino de Veneza era decidido. 


Campanile de San Marco. 

Basílica de San Marco. 

Detalhe da basílica.





Canais,  becos e vielas. 









Pausa para um "pequeno" chope. 

Depois de caminhar bastante,  pegamos uma lancha para voltar que ninguém é de ferro...




No dia seguinte,  segunda-feira,  estava mais uma vez um calorão,  então resolvemos ir pedalando até a ilha de Lido, onde há praias. Na verdade,  não dá para pedalar até Lido. É necessário ir até a ilha de Tronchetto,  que fica bem perto de Veneza,  e de lá pegar o ferry boat até Lido. 
A experiência de ir à praia não foi muito bem-sucedida por vários motivos.  Primeiro,  como já dissemos,  o Google Maps para bicicleta não funciona na Itália (pelo menos nas regiões que percorremos até agora) e as ciclovias desta região são poucas e mal sinalizadas. O resultado disso é que ir a qualquer parte demora muito,  porque é necessário parar a todo momento para verificar a direção,  pedir informações,  etc. Apesar das dificuldades,  conseguimos chegar a uma longa ciclovia que corre ao lado da ponte para Veneza. Para ir a Tronchetto,  basta pegar um desvio no final. 
A caminho das praias de Lido. 


No ferry boat.







Lido é uma ilha estreita e longa.  Há uma rota para bicicleta (não uma ciclovia propriamente dita) com 12 km que percorre a ilha toda.  Como o sol estava de rachar,  resolvemos procurar logo uma praia para nos refrescar.  E foi aí que começou o maior problema de Lido: as praias são privadas, dominadas por condomínios que alugam espreguiçadeiras e guarda-sóis para mensalistas. Turistas de passagem como nós também podem alugar espreguiçadeira e guarda-sol por um dia (mesmo havendo consumo no restaurante,  é preciso pagar a taxa). A única faixa realmente pública da praia são os seis metros iniciais a partir da linha da maré.
Bom, mas tudo isso nós sabemos agora.  Quando chegamos lá,  simplesmente sentamos na espreguiçadeira pensando que,  se consumíssemos no restaurante,  estaria tudo certo. Mas o gerente logo chegou nos expulsando - sem explicar nada sobre a taxa de uso diário.
Fomos na praia seguinte e houve mais confusão até finalmente conseguirmos  entender como "funcionava" a praia. Depois de pagar a bagatela de 30 euros para usar o guarda-sol e as cadeiras,  enfim relaxamos um pouco e nos refrescamos no Mediterrâneo. Mas, na hora de almoçar,  novo problema: como já eram quatro da tarde,  os restaurantes não estavam mais servindo almoço.  Saímos então da praia e fomos pedalando na direção da estação do ferry boat, onde comemos um belo hambúrguer.

Ilha de Lido: bonita e boa de pedalar, mas com praias difíceis de frequentar!



Na volta para casa,  demos sorte e conseguimos encontrar um caminho formado quase todo por ciclovias.
O dia seguinte,  terça-feira,  estava reservado para desmontar as bicicletas e embarcar de volta ao Brasil. Nessa tarefa,  contamos com a inestimável ajuda de Cristiano,  da CG Moto Cicli (https://www.facebook.com/cgmotocicli/), que não apenas comprou as caixas para nós e cedeu o espaço da loja dele para desmontarmos as bicicletas,  como nos levou ao aeroporto e ainda nos presenteou com um vinho!

CG Moto Cicli: loja recomendadíssima em Mestre. 


E assim termina mais uma grande aventura sobre duas rodas.  Obrigada a todos por acompanhar!

11° dia - de Sirmione a Verona (40 km) + descanso em Sirmione

(739 km acumulados)

Sirmione vista do castelo.
Quem nos aconselhou a visitar Sirmione foi um rapaz dono de uma bicicletaria em Mestre (distrito de Veneza) que conhecemos cinco anos atrás, em nossa primeira cicloviagem pela Via Claudia Augusta. Foi uma boa sugestão porque essa cidadezinha na ponta sul do Lago di Garda é realmente uma graça.
Sirmione tem uma parte continental,  depois uma estreita península e finalmente uma "ilhota" onde fica o centro histórico.


Depois da roubada de ontem,  tiramos a quinta-feira para descansar e conhecer Sirmione. Começamos o dia lavando roupa em uma lavanderia automática. Desde o início da viagem,  a gente tem lavado a roupa no quarto mesmo e, como está quente e ensolarado,  tudo tem secado bem. Porém, nada como uma máquina para lavar as peças mais grossas e lavar "de verdade" as roupas de ciclismo. 




Cumprida a missão doméstica, relaxamos o resto da manhã na praia em frente ao hotel.  Depois,  um passeio pelo centro histórico,  com direito a uma visita às suas duas principais atrações: o castelo dos Scaligeri (dinastia que governou a região de 1262 a 1387) e a Spiaggia Jamaica,  ou Praia Jamaica,  que dizem ser a mais bonita do Lago di Garda. 

Primeiro,  relax na praia. 

Depois,  fotos no centro histórico. 

Vários visuais incríveis a partir do castelo dos Scaligeri. 












Mais passeio pelo centro histórico...


Praia Jamaica.  As ruínas que se vê acima são de uma mansão romana construída entre o final do século I a.C. e o início do primeiro século da nossa era. 

Bem descansados,  no dia seguinte,  sexta-feira,  era hora de voltar à estrada e seguir para o próximo destino, Verona. Duas coisas importantes precisam ser ditas para quem pretende pedalar por esta região.  A primeira é que o Google Maps para bicicletas simplesmente não funciona aqui! Desde que saímos da Áustria e cruzamos a fronteira para a Itália, o aplicativo deixou de mostrar a opção de rota por bicicleta.  Temos que escolher entre rota por carro ou a pé - ambas opções inadequadas.
Até Riva, mesmo sem o Google Maps a gente se virou bem com as placas indicativas das ciclorrotas. Riva,  porém,  é a última cidade "amiga da bicicleta" nesse trajeto.  Em Sirmione, no sul do lago, já percebemos que a cultura ciclística desapareceu. Não há mais placas,  ciclovias... e, claro,  muito menos ciclistas circulam pelas ruas.  À medida que nos afastamos do lago e seguimos para Verona, as coisas pioraram.  Os últimos 30 km foram em estradas sem acostamento,  muito parecidas com o que estamos acostumados a encontrar no Brasil. 
Por sorte o caminho era plano e curto. Em pouco tempo chegamos a Verona,  o eterno lar de Romeu e Julieta! Demoramos um pouco para encontrar acomodação,  porque só deu certo na terceira tentativa,  mas, depois de devidamente instalados, pudemos sair para conhecer essa impressionante cidade de 250 mil habitantes. 

Arena Verona: no passado,  palco para gladiadores; atualmente,  o primeiro e mais importante teatro de ópera a céu aberto do mundo. 




Antigas portas da cidade. 


Claro que não poderíamos deixar de ir à famosa Casa di Giulieta.

Todos querem tocar na estátua de Giulieta. 

O famoso balcão. 
Para completar o passeio,  pegamos um funicular até o Castel San Pietro,  uma das construções mais majestosas de Verona. 

Castel San Pietro visto do outro lado do Adige. 

No detalhe,  Teatro Romano do século I a.C.

Subida do funicular. 


De lá de cima,  visuais magníficos.